domingo, 3 de maio de 2009

Relações Humanas

Todas as pessoas aspiram por segurança pública, no entanto a insegurança pública se manifesta no trânsito, nas cadeias, no tráfico de drogas e armas e de pessoas, nas desigualdades sociais, na fome, na miséria, na corrupção, enfim, nas diversas formas que ela se apresenta, bem como de suas causas.
A segurança pública é dever do Estado, porém o cidadão deve preservar a sua integridade física e seus bens materiais, bem como a dos outros. A violência no Brasil apresenta vínculos históricos.
A partir da chegada dos europeus no Brasil foi marcada pela violência e pela violação dos direitos humanos, associados à luta pela posse da terra.
A história também nos mostra fatos em relação aos negros que vieram para o Brasil na condição de escravos para garantir o baixo custo produtivo do sistema colonial e evitar o crescimento econômico daqueles que pertenciam às classes sociais mais baixas do Brasil Colonial.
A escravidão se fez através da violência física, inúmeros mecanismos de controle e submissão, que visavam dominar o escravo de forma que “ele” aceitasse essa situação passivamente, o castigo físico era constante, e este castigo era assistido pelos outros escravos - para servir como exemplo.
A escravidão ocupou o centro do sistema social e econômico nas áreas de colonização. Toda a produção econômica e toda a sociedade estavam assentadas sobre o sistema escravista.
O mito da democracia racial procura esconder as desigualdades existentes entre brancos e negros, argumenta que as mesmas oportunidades são oferecidas a todos, sem distinção de raça, cor, sexo, religião, filosofia, etc. Com uma conotação irônica, chega-se a dizer que o Brasil é uma “democracia racial”, porque aqui “o negro sabe qual é o seu lugar”.
Nem mesmo a convivência entre os colonizadores foi pacífica. Podemos citar os conflitos entre portugueses, espanhóis, franceses e holandeses no que diz respeito à ocupação do território brasileiro, causados por divergências sociais, econômicas e religiosas.
A história relata um passado de conflitos, herança para a insegurança atual. As diferenças raciais e culturais tornaram-se causa de desigualdades sociais e econômicas que resultaram em exclusão social e negação dos direitos fundamentais do ser humano.
A matança de jovens de todas as classes sociais, envolvendo tráfico de entorpecentes e de armas, grupos de extermínio, policiais corruptos, diz respeito ao mundo do trabalho, onde surge a negação do valor da pessoa humana e de seus direitos, havendo relatos de trabalho escravo e semi-escravo em pleno século XXI.
No Brasil contemporâneo a escravidão se manifesta de diversas maneiras: dívidas contraídas com o empregador, neste caso os exploradores podem ser empresas, fazendeiros e políticos. O crime do desrespeito aos direitos humanos não foi totalmente coibido nem recebeu punição, mesmo nos casos em que houve violência física, tortura ou homicídio.
Outra marca de nossa história são o desrespeito e a violência contra as mulheres, principalmente as indígenas, as negras e as de classes sociais menos privilegiadas, que sofrem as consequências do sistema produtivo e da mentalidade machista presentes no país.
Para enfrentar essas diversas formas de manifestação da violência no Brasil, é preciso romper as resistências sociais que se aborde o problema como um fenômeno social, ou seja, como um conjunto de comportamentos, ações e situações que podem e devem ser modificados.
A palavra insegurança pode se referir a uma infinidade de riscos reais ou imaginários ligados a ameaças relativas à natureza, como os terremotos e as enchentes, passando pelas doenças, até àquelas provocadas por agentes humanos.
O conceito de segurança está vinculado a uma série de outros conceitos como confiança, certeza, firmeza, convicção, garantia. Significa garantir a ausência de riscos e de perigos.
As inúmeras necessidades para a manutenção da vida humana – alimentação, moradia, vestuário – levaram as pessoas a reconhecer a impossibilidade do sustento da vida individual sem viverem em sociedade. Aos poucos, a existência humana diminuiu sua dimensão privada e aumentou sua dimensão pública, condicionando a segurança pessoal à segurança pública, de modo que a segurança pessoal tornou-se cada vez mais vinculada à segurança da sociedade.
Somos seres históricos. Não estamos sós. O ser humano não nasceu para viver só. Atuamos positivamente sobre a sociedade na medida em que somos capazes de elaborar projetos sócio-transformadores e colocá-los em prática. Na convivência entre as pessoas humanas estão presentes a busca do bem comum e as relações de poder.
Todos os povos têm seu modo próprio de vida, seu modo de ser constituídos por valores e tradições construídos ao longo do tempo. Esses valores e essas tradições construídos ao longo do tempo.
A pessoa humana realiza a abertura através da dimensão religiosa pela qual, a partir de uma instituição, vive a dimensão comunitária de sua fé. A adesão a determinada religião acontece tanto no plano da fé como no plano moral, de modo que a religião implica necessariamente adesão a uma doutrina e a uma moral que devem se constituir no princípio norteador da conduta humana.
A juventude é capaz de reverter à lógica da violência, da exclusão étnica e social. Organizar-se, ocupar os espaços, movimentar as cidades, o campo, as escolas; reivindicar direitos, propor mudanças estruturais e urgentes, ideológicas e objetivas. Somente a própria juventude é capaz de combater as violências que a exterminam.
Ensinar não é transmitir conhecimentos. O professor não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos indivíduos para que se forme um consenso em torno de verdades e os próprios alunos encontrem as suas opções.
É imperioso que dois dos principais pilares da humanidade - Família e Escola – estejam muito próximos. Porém cada um com seus distintos papéis e missão, objetivando o sucesso da formação integral, através de uma sólida parceria e da soma de esforços. Só assim será possível superar os grandes desafios deste nosso desvairado mundo contemporâneo.
Bibliografia
Texto Base; Campanha da Fraternidade 2009
Jornal Mundo Jovem (fevereiro/março 2009)

De acordo com o texto acima os alunos das 1ª séries do Ensino Médio, da EEB Deputado Augusto Bresola - Vargem - SC, na disciplina de Filosofia, desenvolveram as atividades propostas, visando a conscientização da juventude de que são membros da sociedade e de cada um deles depende a paz.
AS VÍTIMAS DA VIOLÊNCIA TÊM IDADE, CLASSE SOCIAL E COR

*Promover atividades lúdico-recreativas com a temática (permitindo que os educandos mostrem livremente sua percepção desta problemática – em equipes, escolher um assunto para dramatizar);

*Produzir textos a partir dos dados obtidos e debatidos em sala de aula, com o tema "Cidadania" e publicar no blog;


*Convidar um policial militar para palestra sobre delinquência envolvendo jovens e medidas socio-educativas; (elaborar com os alunos algumas perguntas para serem feitas ao policial);

*Pesquisa sobre os índices de violência no município. (BOs, outros dados na delegacia de polícia e do destacamento da polícia militar);
*Elaborar propostas com as necessidades urgentes, para a melhoria de qualidade de vida para a juventude e entregar para o Prefeito Municipal, Câmara de Vereadores, Secretaria de Administração e na Secretaria Municipal de Educação;
*Convidar um membro do Ministério Público para palestra sobre "Cidadania e Perspectivas para a Juventude".

Nenhum comentário: